Portugal iniciou oficialmente a implementação de uma semana de trabalho de quatro dias a partir de 2023. O projeto-piloto foi apresentado às empresas portuguesas no final de 2022 e as atividades começaram no início de 2023. O projeto é voluntário e reversível, abrangendo tanto o setor privado como o público. O principal objetivo é avaliar os efeitos da semana de quatro dias nos trabalhadores.
A terceira fase do projeto-piloto começou em junho de 2023, com 39 empresas a adotarem a semana de trabalho mais curta. As empresas participantes estão distribuídas por 10 cidades do país, incluindo Lisboa, Porto e Braga, e cerca de mil trabalhadores serão afetados por esta medida. Entre estas empresas, encontram-se uma creche, um banco e empresas ligadas à indústria e ao comércio.
O governo está a utilizar indicadores como produtividade e custos intermédios, além de monitorizar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores para avaliar o impacto da semana de trabalho de quatro dias. As empresas que participam no projeto-piloto são avaliadas antes, durante e após o programa. A avaliação é feita através de questionários que são comparáveis com outras experiências internacionais, mas adaptados à realidade portuguesa. O questionário inicial ocorreu em fevereiro de 2023, o final será em outubro de 2023, e o questionário pós-piloto ocorrerá em fevereiro de 2024.
O projeto-piloto propõe uma experiência de seis meses, que é voluntária e reversível, sem contrapartida financeira. O Estado apenas fornece suporte técnico e administrativo para auxiliar a transição. No final de 2023, haverá um mês de reflexão por parte da gestão das empresas. Numa segunda fase, o projeto será estendido ao setor público. Finalmente, serão criadas condições para testar um modelo mais ambicioso, onde um grupo de empresas adota a mudança para a semana de quatro dias e outro serve de controle.
Existem várias vantagens esperadas da semana de trabalho de quatro dias tanto para os trabalhadores como para as empresas. Para os trabalhadores, espera-se a redução das horas de trabalho semanais, aumento da produtividade e competitividade, promoção do bem-estar físico e mental e aumento da qualidade de vida. Para as empresas, espera-se menos custos de recrutamento e formação devido à menor rotatividade de pessoal, menos custos com trabalhadores temporários devido à redução do absenteísmo, menos custos com matérias-primas devido a menos erros e produtos defeituosos, e economia de energia.